quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Censura na internet: Folha de São Paulo X blog Falha de São Paulo



Desculpe a nossa Falha(antes da liminar tirar do ar era www.falhadesaopaulo.com.br) é um blog de humor e crítica ao jornalismo que está sendo processado pela Folha de São Paulo, baseado no argumento de que o nome do blog viola os direitos da marca. Além de incoerente, é uma clara ação de censura na internet, por um meio que deveria defender a liberdade de expressão. Obviamente os juízes do caso estão deliberando a favor da Falha de São Paulo, pois não querem brigar com uma das 10 famílias que controlam os instrumentos midiáticos no Brasil.
Muitos outros blogs recorreram ao cache do google e recuperaram algumas imagens postados no Falha de São Paulo anteriormente. Eu estou fazendo o mesmo. Faça você também,proteja nossa liberdade de expressão, divulgue o caso e se possível, pare de ler a Folha.






http://desculpeanossafalha.com.br

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O Cinza da Cidade


Numa noite, andava pela rua
E desceu de uma luz ofuscante
De um poste na calçada
Uma mariposa, em espiral pelo ar
Colocou-se ao meu lado e disse:

"Quanto cinza
Se abate
Na cidade
Não vi o dia
Mas sei que parece
Noite"


Respondi, perplexo e fascinado:

"Como pode saber
Se nem viu e
O que vê na noite?"


Subindo, de volta ao poste
Cada vez mais perto da luz
Em outra espiral, no ar
Me despediu a mariposa:
"Ai se engana
Na noite e através
Vejo sempre
Melhor que você"


Hoje, sejam dias ou noites
Na cidade
Procuro outras cores
Sempre me surpreende
Dobrando uma esquina
Ou fumando um cigarro
Badalando um sino, subitamente
Na madrugada

É a estranheza da vida
Entra com(o) vento
Através da janela aberta
Esparrama um mar
De vastas possibilidades

quarta-feira, 31 de março de 2010

Luar na Laje

Alguns dias atrás li o livro Factótum de Charles Bukowski. Literatura beat, bem legal. Através de um projeto que se chama Luar na Laje (http://luarnalaje.wordpress.com/) eu pedi este livro emprestado, dentre 9 títulos, e ele chegou na minha casa em 1 semana, já com o envelope prontinho pra ser mandado de volta. Vale a pena conferir o site e aproveitar essa mais que louvável iniciativa, ainda mais se tratando do nosso país (brasil sil sil!) onde quase não se lê e muito se deixa lobotomizar pela televisão. Aproveitem!

Segue um pequeno texto que escrevi sobre o livro Factótum.

Henry Chinaski. As batidas sujas e rápidas da música que leva este nome anunciam a primeira faixa do albúm Aperte o gatilho da banda Ulster, que figura entre as primeiras que surgiram no movimento punk brasileiro. Sempre que escutava a música me perguntava quem seria Henry Chinaski. Um ditador esquecido? Quem sabe um mártir revolucionário ? Ou mesmo, um punk homenageado por seus comparsas?
Anos se passaram até me deparar novamente com o nome deste personagem misterioso. Eis que nas páginas de Factótum, de Charles Bukowski, surge este bêbado, vadio, antítese do sonho americano (ou melhor dizendo, estadounidense). Chinaski bem mereceria o rótulo de punk (fosse alguns anos mais tarde) pulando de emprego em emprego, não dando a mínima para a dita moral e bons costumes, se embriagando e se afundando cada vez mais na decepção, miséria e derrota que formavam sua realidade. No livro, esse personagem auto-biográfico perambula pelas ruas de (principalmente) Los Angeles, entre vagabundos, piranhas, bêbados e perdedores, desinteressado da sociedade, cometendo pequenos delitos e aceitando empregos de merda para garantir a bebedeira diária enquanto tenta se firmar como escritor.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A lua descendendo ao chão
Se só acaba amanhã
Atei todos os nós
Um grande jogo
De tudo faço
Como na balança em equilíbrio
Tudo que há peso
Nas águas refletindo
Friamente nesta madrugada
Me disse
Sempre há a verdade
Sempre há a mentira
Disse eu
Nesta fria madrugada
Olhando através das águas
Não há nada que não pese
Em equilíbrio como na balança
Desfaço tudo
Em um pequeno jogo
Cortei todos os nós
Já que começa hoje
O sol ascendendo ao céu

02/2009

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

No trem


No trem da meia noite
Onde encontro criaturas
Indo e vindo, donde ou aonde
Não se sabe, quem sabe {?}

Entre luzes do poste
Vazios de viadutos
As janelas, vertiginosas, a passar
Uma mariposa morta, insensatamente,
Continua a voar {!}

Uns observam passivamente a paisagem
Eu, por outro lado, pulo afora
Um Cemitério é inevitável
Antes que o trem colida com seu destino
Procuro, por próprios meios, atingir
O fim

13/02/2009