quarta-feira, 31 de março de 2010

Luar na Laje

Alguns dias atrás li o livro Factótum de Charles Bukowski. Literatura beat, bem legal. Através de um projeto que se chama Luar na Laje (http://luarnalaje.wordpress.com/) eu pedi este livro emprestado, dentre 9 títulos, e ele chegou na minha casa em 1 semana, já com o envelope prontinho pra ser mandado de volta. Vale a pena conferir o site e aproveitar essa mais que louvável iniciativa, ainda mais se tratando do nosso país (brasil sil sil!) onde quase não se lê e muito se deixa lobotomizar pela televisão. Aproveitem!

Segue um pequeno texto que escrevi sobre o livro Factótum.

Henry Chinaski. As batidas sujas e rápidas da música que leva este nome anunciam a primeira faixa do albúm Aperte o gatilho da banda Ulster, que figura entre as primeiras que surgiram no movimento punk brasileiro. Sempre que escutava a música me perguntava quem seria Henry Chinaski. Um ditador esquecido? Quem sabe um mártir revolucionário ? Ou mesmo, um punk homenageado por seus comparsas?
Anos se passaram até me deparar novamente com o nome deste personagem misterioso. Eis que nas páginas de Factótum, de Charles Bukowski, surge este bêbado, vadio, antítese do sonho americano (ou melhor dizendo, estadounidense). Chinaski bem mereceria o rótulo de punk (fosse alguns anos mais tarde) pulando de emprego em emprego, não dando a mínima para a dita moral e bons costumes, se embriagando e se afundando cada vez mais na decepção, miséria e derrota que formavam sua realidade. No livro, esse personagem auto-biográfico perambula pelas ruas de (principalmente) Los Angeles, entre vagabundos, piranhas, bêbados e perdedores, desinteressado da sociedade, cometendo pequenos delitos e aceitando empregos de merda para garantir a bebedeira diária enquanto tenta se firmar como escritor.