Numa noite, andava pela rua
E desceu de uma luz ofuscante
De um poste na calçada
Uma mariposa, em espiral pelo ar
Colocou-se ao meu lado e disse:
"Quanto cinza
Se abate
Na cidade
Não vi o dia
Mas sei que parece
Noite"
Respondi, perplexo e fascinado:
"Como pode saber
Se nem viu e
O que vê na noite?"
Subindo, de volta ao poste
Cada vez mais perto da luz
Em outra espiral, no ar
Me despediu a mariposa:
"Ai se engana
Na noite e através
Vejo sempre
Melhor que você"
Hoje, sejam dias ou noites
Na cidade
Procuro outras cores