sábado, 25 de agosto de 2012


Um sonho de liberdade onde eu possa desapegar de tudo. Ser livre e viver plenamente cada dia sem esquecer que o amanhã pode não vir e o que temos é o agora.
Abraçaria cada livro meu como despedida. Todas as pequnas coisas a que damos valor; discos de música, um baralho de cartas, aquela medalha do campeonato da escola ou qualquer pedaço de bilhete recebido.
Deixaria também todas as grandes coisas que os outros dão valor, fragmentos; um nome, uma reputação, conta bancária e títulos de eleitor e mais. As máscaras que nos são dadas. É cruel pensar que tenho em mim tal contradição tão grande como o poder de ser livre e constantemente me negar a usar. Presos pelos desejos, que nos enganamos pensando serem de outros, (des)equilibrando em cima do muro.
Quem sabe, sobra demais lucidez para virar as costas para a janela e sonhar que a gaiola é liberdade para voar. Falta talvez ou certamente que sim, coragem para verdadeiramente soltar as amarras e caminhar livre para fora da prisão.
Há noites em que tudo o que me atormenta ou mesmo o que mais me preocupa e toma a mente e o coração é esta indecisão inerte. Não será fácil, mas de toda forma haverá dor. É preciso escolher e viver, mas nunca fechar os olhos.

(texto publicado no zine grito#18 - http://zinegrito.wordpress.com/imagens/grito18/)

2 comentários:

Carolina Moretti disse...

"the future is unwritten"
Strummer.

Velharia disse...

Assim é literatura, humana, real e simples. Muito Bom ler literatura, Muito bom te ler.