terça-feira, 28 de outubro de 2008

A consciência da utopia

Já está mais do que na hora de cada um de nós, independentes de qualquer coisa, nos situarmos a partir de um ponto de vista maior e diverso daquele imposto no cotidiano. Esqueçamos se somos operários, burgueses, donas de casa, homens de negocio, estudantes, politicos. Esqueçamos todos os rotulos e agrupamentos medíocres. Antes de tudo somos representações únicas de uma espécie em particular num ambiente povoado de várias e diferentes especies. Cada ser é um projeto singular de algo maior; mundo das idéias, DNA, deus(es).
Quando tomarmos consciencia do fato de que somos seres tão únicos, interessantes, sagrados deixaremos de lado mesquinharias, ganâncias, ódios. Pois ao percebemos o animal maravilhoso que é o ser humano, não mais passaremos insensiveis por nossos iguais. Será quebrado o contrato silencioso que nos faz conviver e produzir, diariamente, o sofrimento próprio e do outro. Se tal consciencia sobre a singularidade de cada ser, seja humano ou não, for atingida, então teremos alcançado uma visão maior. Visão que vai além daquela do cotidiano, fabricada e artificial. Deixaremos de ver futilidades e egoísmos, não prestaremos atenção a conquistas de poder, status social, moda e tantas outras abstrações menos importantes. A amplitude dessa nova consciencia consegue posicionar o homem em um contexto maior e verdadeiro, permitindo que vejamos nossas reais responsabilidades; O nosso dever, como pessoas conscientes e ativas, de não permitir que a vida seja mais uma mercadoria a ser comprada e vendida, empenhada durante anos para que fetiches como luxo e poder sejam satisfeitos. A nossa obrigação de cuidar do planeta que dividmos com uma infinidade de outros seres e que não podemos queimar e destruir num ímpeto suicida.
Desprovidos das amarras mentais e das armadilhas do ego, o ser humano poderia então ser coerente com a sua condição de evolução e civilização. Arrebentando com as correntes dos nossos corações e mentes fechadas, finalmente todo o potencial da nossa humanidade brotaria e estariamos então unidos não mais de acordo com as rotulações estúpidas e as hierarquias de opressão, mas de acordo com a verdadeira irmandade de semelhantes e habitantes do mesmo planeta, um infimo pontinho no vasto universo.

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