terça-feira, 28 de outubro de 2008

Ecce Homo

Nasci e não escolhi por nada
Não escolhi céu azul e sol
Nem estrelas e lua
Eles no entanto estavam lá
E não cabia mesmo a mim escolher estes
Pois não são feitos da mão do homem

Porém o homem fez leis
Fez costumes e fez contratos
Nenhum desses eu escolhi ou quis
Ninguém me perguntou se eu concordava
Sempre me disseram que assim era melhor
E eu sem experimentar diferente aceitei
Encenei todas as farsas exigidas
bebi do copo que me foi empurrado
e comi do prato que me foi posto

Agora eu cuspo nesse prato
E vomito tudo que bebi e comi
Não quero mais encenar nenhuma peça
Senão aquelas que eu escolher
Não assinarei mais nenhum papel
Não usarei mais de sensos comuns
Não respeitarei as leis impostas
Renego a vida como ela tem sido
Porque eu não quero ser assim

Escolho por mim mesmo neste momento
Vivo como se não há amanhã agora
Que a revolta tome conta de minha cabeça
Que a subversão acenda os fogos
E deixe queimar o passado presente
Com a escolha que faço aqui
Retomo o controle de minha própria vida

Eis o Homem

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